O novo salário mínimo de R$ 465 que passa a vigorar a partir do 1º de fevereiro vai beneficiar direta e indiretamente 42 milhões de brasileiros, entre trabalhadores formais e informais (cerca de 25 milhões) e pensionistas (aproximadamente 17,8 milhões). Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, que anunciou o reajuste nesta sexta-feira (30), a medida vai injetar R$ 23,1 bilhões no mercado interno durante o ano de 2009, mantendo a geração de empregos forte mesmo diante da crise financeira internacional.
"Serão R$ 50 a mais, todos os meses, para o consumo da base da pirâmide social, estimulando a produção e os empregos", disse Lupi. "A geração de emprego em janeiro e fevereiro deve permanecer um pouco abaixo da média, mas com essa e outras medidas que o Governo vai anunciar em breve, o emprego volta a crescer em março, com força", analisou.
O Diário Oficial da União publica ainda nesta sexta-feira (30), em edição extra, a medida provisória assinada pelo presidente Lula autorizando o aumento de R$ 50 sobre o valor de R$ 415, em vigor atualmente. O reajuste nominal de 12,05% garante ao trabalhador um aumento real de 6,39%. Desde o início do Governo Lula, em 2003, o reajuste do salário mínimo chega a 72%, com aumento real acumulado de 46,05%.
"O cálculo do reajuste leva em conta a inflação e o aumento do Produto Interno Bruto. É um mecanismo inteligente que garante que o trabalhador também seja beneficiado com o crescimento da economia", avaliou o ministro.
Lupi afirmou que os valores do abono salarial e do seguro-desemprego também serão reajustados a partir de primeiro de fevereiro. Com o aumento, os dois benefícios vão fazer circular um total de R$ 24,3 bilhões na economia em 2009.
Seguro emprego - Após o anúncio do novo salário mínimo, Lupi adiantou aos jornalistas que sua equipe está concluindo a proposta de criação de novo mecanismo contra a crise - um incentivo para que as empresas evitem demissões.
"O seguro-desemprego tem um impacto muito positivo para a economia, mas queremos avançar ainda mais, criando um mecanismo de prevenção, que consiga evitar a demissão. Uma espécie de seguro-emprego", explicou, ressaltando que o projeto ainda não foi apresentado à Presidência da República. Lupi também garantiu que o novo mecanismo não tem como objetivo substituir o seguro-desemprego.
O ministro afirmou ainda que também está negociando com o Fundo de Amparo ao Trabalhador e o Banco do Brasil medidas para ajudar as revendedoras de carros usados, que tiveram suas vendas prejudicadas com a redução dos Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros zero quilômetro. Entre as propostas estão novas linhas de crédito e redução de juros para o financiamento de veículos, além de capital de giro para as empresas.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego